O Vídeo Eletroencefalograma ou Vídeo-EEG é um procedimento indicado para medir a atividade elétrica cerebral com o intuito de auxiliar na confirmação ou não do diagnóstico de diferentes condições neurológicas. Além disso, atua ao mesmo tempo na captura e gravação dos gestos e das reações do paciente em questão.

Por este motivo, o exame tende a ser comumente solicitado por médicos especializados na área Pediátrica, já que as crianças, normalmente, não conseguem descrever detalhadamente o que sentem. E como se trata da colocação de eletrodos na cabeça, o procedimento é considerado não invasivo e pode ter duração de 24 horas ou alguns dias, dependendo do quadro a ser confirmado ou descartado, e também de outros fatores.

O que é o Vídeo Eletroencefalograma?

De acordo com o que foi brevemente exposto, o Vídeo-EEG se trata de um monitoramento hospitalar realizado com o intuito de registrar continuamente o comportamento do paciente durante o período especificado por um profissional e que seja suficiente para que o exame possa ser devidamente realizado e os resultados obtidos.

Os seus sinais são transmitidos a uma sala de controle e exibidos simultaneamente com o exame de Eletroencefalograma para serem observados tanto on-line quanto gravados. Sendo assim, é caracterizado pela monitorização contínua e sincronizada dos sinais transmitidos pelo eletroencefalograma com o vídeo.

Além disso, o acompanhamento durante o exame pode incluir o médico especialista em Neurologia, a equipe de enfermagem, o médico residente, terapeuta respiratório e um tecnólogo EEG.

Logo, o Vídeo-EEG é composto por:

  • Vídeo: uma câmera é responsável por gravar, de forma contínua, o paciente enquanto o eletroencefalograma registra a sua atividade cerebral. Em tempo real, a mesma gravação é exibida aos profissionais responsáveis pelo seu acompanhamento durante a realização do exame;
  • EEG: eletrodos conectados ao equipamento de gravação são posicionados no couro cabeludo (devidamente limpo e seco conforme as orientações recebidas) com um material mais resistente do que se somente o exame de EEG fosse feito, já que se trata de uma gravação contínua de, aproximadamente, 24 horas.

Mas para que seja realizado da maneira correta, a pessoa em observação deve agir normalmente e a participação de um familiar ou amigo é recomendada com o objetivo de se sentir mais confortável. Do mesmo modo que tende a ser aconselhável que o paciente se mantenha entretido com filmes ou séries, música, livros, jogos ou outra tarefa que esteja acostumado e faça parte de sua rotina.

Assim como pode ser solicitada a suspensão (retirada parcial ou total) do medicamento utilizado e providenciados eventos para que determinadas reações sejam devidamente capturadas. Além disso, o tempo de duração varia de acordo com cada situação e suspeita, entretanto, o objetivo é registrar todos os eventos apresentados clinicamente pelo paciente e em uma quantidade suficiente para que não haja dúvida no diagnóstico.

Indicações

Normalmente solicitado à faixa etária pediátrica, é um recurso voltado para o diagnóstico diferencial, como um meio de auxiliar na suspeita de um quadro e até mesmo uma forma de tratamento, sendo mais comum ser indicado em casos de:

  • Epilepsia: o exame de Vídeo-EEG é capaz de identificar se o paciente apresenta ataques epilépticos, orientar em relação à possibilidade de uma cirurgia e apontar o local em que deve ser feita;
  • Convulsão: para confirmar e/ou identificar o tipo de convulsão, a frequência que ocorre e o local de origem, e para que o paciente possa ter a chance de receber o tratamento adequado, incluindo saber sobre a possibilidade de ser submetido a uma cirurgia;
  • Causas físicas ou emocionais: as pessoas são encaminhadas para consultas com outros especialistas quando não são identificadas alterações nos resultados do exame;
  • Demais episódios clínicos não epilépticos: identificar se tratam-se de crises, ataques ou acessos recorrentes que tendem a ser confundidos com a epilepsia por causa do comportamento do paciente, mas que não surgem de descargas elétricas cerebrais anormais.

Ou seja, o Vídeo Eletroencefalograma indica ou confirma ao profissional o diagnóstico, a possibilidade de um procedimento cirúrgico, a localização da cirurgia, o(s) tipo(s) da condição, o local de origem e se trata-se de epilepsia, convulsão, fator emocional ou físico, ou crises não epilépticas, por exemplo.

O que Acontece Durante o Vídeo-EEG?

Primeiramente, os eletrodos são devidamente posicionados na cabeça com o material indicado (gel ou pasta condutora) para que não saiam do local, assim como pode ser coberta com uma touca ou um curativo.

Em seguida e conforme brevemente explicado, a gravação captura, por meio da câmera e do microfone, as reações e os sons do paciente, do mesmo modo que pode ser providenciado um acompanhamento dos batimentos cardíacos, da pressão arterial e do nível de oxigênio, por exemplo.

Dependendo da sua duração, é fundamental que as refeições e a higiene sejam igualmente feitas diante da câmera para que possam ser devidamente capturadas. Sem contar que os profissionais podem coletar, do acompanhante do paciente, informações capazes de auxiliar no diagnóstico final ou mesmo solicitar a ajuda para que façam observações que tendem a ser úteis, conforme a orientação recebida.

Além disso, os especialistas também podem administrar ou interromper medicamentos (conforme a necessidade para atingir os objetivos do exame), e até providenciar ações (estímulos externos) que tendem a desencadear convulsões, por exemplo, como privar o paciente de sono, usar luzes piscantes (ou brilhantes), pedir para mudar o padrão respiratório, abrir e fechar os olhos, ou indicar exercícios, com o intuito de melhor analisar os episódios, se esse for o caso em questão.

Pós-Vídeo Eletroencefalograma

Após a conclusão do exame, os eletrodos são retirados, o material utilizado é removido (normalmente, o aconselhável é realizar uma limpeza costumeira em sua residência) e a pessoa pode retornar às suas atividades normalmente, sem nenhuma restrição específica, exceto quando orientada.

Por fim, o monitoramento é analisado por profissionais capacitados para elaborarem o relatório que posteriormente é observado (lido e interpretado) pelo médico responsável pela solicitação do Vídeo Eletroencefalograma.

Assim sendo, por meio do Vídeo-EEG, que é divido em gravação simultânea do EEG, em que ocorre o registro das ondas cerebrais (normalmente, atividades elétricas anormais), e no monitoramento de vídeo do comportamento do paciente, é possível que o médico responsável pelo seu acompanhamento tenha a chance de fazer o diagnóstico ou mesmo identificar determinadas características de sua condição, como área afetada e local de origem, por exemplo.

Mais Informações sobre este assunto na Internet: